A atual gestão da Federação dos Municípios do Estado de Sergipe (FAMES), assumiu com a promessa de fortalecer o municipalismo sergipano. Mas, até agora, os dados públicos e os resultados efetivos revelam uma entidade menos atuante do que o discurso sugere. Observando de longe, aparenta -mas não podemos confirmar- uma gestão que pode estar muito longe de exercer autonomia plena.
- Seria uma gestão sem pulso ou sem liberdade?
Desde da posse para o biênio 2025–2026, Silvany Mamlak se tornou a primeira mulher a presidir a FAMES. Um marco importante. Porém, o que se percebe é uma gestão que:
repete levantamentos alarmantes,
alerta para situação crítica nos municípios,
mas não entrega medidas estruturais que aliviem tais problemas.
Não sabemos, se possa haver algum tipo de impedimento onde ações estratégicas sejam tomadas por algum tipo de parlamentar que possa por ventura, determinar as suas decisões na FAMES, deixando a atual gestão de mãos atadas. E se fosse isso, não séria um enlace meramente afetivo
Sem afirmar nada diretamente, mas deixando evidente para quem acompanha, a impressão é de que há interferência externa de figuras políticas com histórico conhecido de controle municipal e condução paralela de gestões locais, o que enfraquece a autoridade da FAMES e da própria gestão.
Em outras palavras: não falta apenas competência interna; talvez falte também liberdade externa.
- Os dados que expõem uma gestão fragilizada
A FAMES passou a circular dados que ela mesma reconhece como alarmantes:
- 57% dos municípios sergipanos (43 de 75) registraram déficit no primeiro semestre de 2023, quadro que continua impactando 2024 e 2025, segundo os levantamentos da própria entidade.
FAMES divulgou o dado em reuniões públicas e mobilizações.
- Cerca de 30 municípios sofreram redução na receita do Fundeb, um alerta da FAMES repassado em articulações com órgãos de fiscalização.
- Municípios acumulam impacto estimado de R$ 2,8 bilhões anuais por medidas federais. Número amplamente divulgado pela entidade, mas sem contrapartida de ações efetivas de mitigação.
- A FAMES admitiu necessidade de recorrer a bancos para discutir operações de crédito destinadas a dívidas de precatórios, revelando dependência financeira generalizada e ausência de alternativas estruturais conduzidas pela Federação.
Esses números não são invenção. São divulgados pela própria FAMES durante a atual gestão.
A questão é: se os dados são tão graves, onde estão as ações práticas de resolução?
Será que há algum deputado se beneficiando disso? Eu, particularmente não acredito.
A entidade parece funcionar como um painel de avisos, mas um painel não administra crise, néh?!
- Muito barulho, pouca entrega
Eventos, seminários, encontros com gestores, fóruns e capacitações vêm sendo realizados sob sua gestão. Mas:
Os bloqueios financeiros continuam.
Municípios continuam sem fôlego para precatórios.
O Fundeb segue reduzido para dezenas de prefeituras.
A inadimplência estrutural cresce.
Ou seja: uma gestão se ocupa em dizer o problema, não em resolvê-lo.
- A sombra que paira sobre a FAMES
Há um detalhe que eu já cheguei a imaginar, e acredito que não fui o único:
“A presidência existe, mas o comando… talvez esteja em outra esfera.”
O histórico político de influências externas sobre determinados municípios, inclusive o que a presidente já administrou, levanta suspeitas de que a FAMES não age como instituição autônoma, mas como braço auxiliar de interesses pessoais que já atuam na administração pública com:
prefeitos subservientes, decisões tomadas fora do gabinete, e diretrizes que nascem longe da sede da Federação.
Nada disso precisa ser dito de forma explícita.
Os números falam.
A falta de ação fala.
A ausência de firmeza fala.
O silêncio institucional fala.
5. Uma federação decorativa?
dados negativos,
alertas recorrentes,
precariedade municipal crescente,
e nenhuma grande mudança estrutural.
O que se vê é uma gestão que parece não controlar a entidade. Seja por incapacidade técnica, seja por limitações impostas por um comando paralelo. Que ninguém pode afirmar.
E a FAMES, que deveria ser a voz forte dos municípios, acaba soando como:
fraca, engessada, e eu não quero crer que sobretudo, seja controlada por algum forasteiro.



