Em meio a um cessar-fogo frágil, sustentado por compromissos difíceis entre Israel e Hamas desde 10 de outubro, chega mais uma notícia que pesa no coração de quem ainda acredita no diálogo: Israel confirmou o recebimento dos restos mortais de um dos últimos reféns mantidos em Gaza.
É impossível ler algo assim sem sentir o impacto humano por trás dessas linhas. Não são apenas “restos mortais”. É uma vida interrompida, uma história que não pôde voltar para casa. É mais uma família que não terá respostas suficientes. É mais uma cicatriz aberta em um conflito que parece não cansar de produzir dor.
A entrega faz parte de um acordo que tenta, entre tropeços e tensões, abrir brechas para a diplomacia. Mas cada avanço, por menor que seja, vem acompanhado de lembranças duras do preço que a guerra cobra. Sempre alto demais, sempre injusto demais.
Quem acredita na paz observa esse cenário com tristeza profunda. Porque, no fim, nenhum acordo deveria começar por corpos devolvidos. O verdadeiro avanço deveria vir pelo diálogo, pela compreensão e pelo compromisso firme de impedir que histórias como esta continuem se repetindo.
Enquanto a política insiste em confrontos, o mundo observa, sente e lamenta. E segue esperando, quase em prece, que um dia o caminho escolhido pelos líderes seja o da vida, nunca o da perda.



