A semana começou com uma movimentação positiva no mercado acionista português. O principal índice da Bolsa de Lisboa, o PSI, abriu o pregão em terreno favorável, refletindo o apetite dos investidores por ativos europeus em meio a um cenário global de expectativa moderada e busca por oportunidades táticas.
Entre os destaques do arranque da sessão está a Mota-Engil, que liderou os ganhos logo nas primeiras horas do mercado. A construtora tem apresentado um comportamento robusto, beneficiando-se de perspectivas positivas no setor de infraestrutura e de um pipeline de obras em expansão, sobretudo no exterior. O movimento comprador sugere confiança do mercado na capacidade da empresa de melhorar margens e acelerar projetos estratégicos.
Outro papel que chamou atenção foi o do Banco Comercial Português (BCP), que registou alta superior a 1% logo na abertura. O avanço acompanha a tendência recente de valorização das ações do setor bancário europeu, sustentada pelo ambiente de juros elevados e pela expectativa de que o Banco Central Europeu conduza um ciclo de cortes de forma gradual, minimizando pressões sobre spreads e rentabilidade.
Na ponta oposta do índice, a Corticeira Amorim figurou entre as empresas que mais recuaram. O setor de cortiça, embora tradicionalmente resiliente, sente os efeitos de ajustes de posição de investidores após fortes valorizações acumuladas no ano, além de pressões vindas do mercado internacional de matérias-primas.
Contexto europeu favorece Lisboa
O dia também foi marcado por um clima de maior tranquilidade no mercado europeu, com investidores reagindo a indicadores macroeconômicos que apontam abrandamento da inflação no bloco e ligeira recuperação da atividade industrial. Esse ambiente contribui para o desempenho positivo das praças acionistas, incluindo Lisboa, que se beneficia de uma carteira concentrada em setores clássicos como construção, energia, bancos e indústria.
Perspectiva para a semana
Os analistas avaliam que o PSI pode manter um comportamento estável ao longo da semana, ainda que sujeito a volatilidade externa. Fatores como o andamento das negociações comerciais na União Europeia, dados de emprego no bloco e declarações de autoridades monetárias devem influenciar o sentimento de risco.
Para os investidores, o foco permanece dividido entre a busca por segurança — por meio de ativos defensivos — e a procura por oportunidades em empresas com forte presença internacional e capacidade de execução, caso de Mota-Engil e EDP.



