No cenário imenso e simbólico da Green Zone da COP30, onde tantas ideias se perdem entre discursos protocolares, uma fala fugiu do óbvio e aterrissou exatamente onde deveria: no coração da Amazônia. Foi a fala do deputado estadual Ângelo Ferrari — alguém que não fala sobre a floresta, mas a partir dela.
Ao abrir o espaço da ALEPA, Ferrari apresentou uma solicitação simples na forma, mas gigante no impacto: que o Fundo da Amazônia e o Governo do Estado estudem a criação de um auxílio, um seguro específico para o castanheiro. O catador que vive do ciclo ancestral da castanha, respeita o defeso, enfrenta a mata, depende da chuva, da terra e de caminhos que, muitas vezes, nem existem.
Ferrari sabe o que diz porque viveu o que defende. Foi castanheiro. Foi o homem que conheceu as veredas da floresta não por mapas, mas por pegadas. Que ajudou companheiros atolados em lama quando caminhões não conseguiam passar. Que entendeu, na prática, o risco, a espera, a vulnerabilidade e a grandeza de quem coleta castanha na Amazônia.
E é por isso que ele afirma, com razão, que o castanheiro é o verdadeiro guardião da floresta. Ele é quem protege a árvore-mãe, a castanheira. Essa gigante que sustenta vida, biodiversidade e cultura. Quem entende o castanheiro, entende a floresta. Quem cuida dele, cuida da Amazônia inteira.
São iniciativas assim, de quem conhece a realidade com as próprias mãos, que a gente espera ver ecoar nos grandes espaços de decisão. Porque quando Ângelo Ferrari fala, ele não fala só por ele. Ele fala pelos homens e mulheres invisíveis, mas essenciais, que mantêm a floresta viva.
E é justamente por isso que ele representa. Porque tem voz, tem causa e tem história. Ele de fato, conhece a floresta!



